Geodiversidade, uma palavra conhecida por poucos, mas da qual todos dependem no seu dia-a-dia, mesmo não imaginando o facto. Desde os materiais geológicos que são parte integrante dos nossos telemóveis até aquelas paisagens que fazem brilhar os nossos olhos e forjam a nossa identidade, a geodiversidade é omnipresente em todas as sociedades, influenciando directa ou indirectamente tudo o que fazemos.
A Natureza é também constituída por uma diversidade de rochas, de formas de relevo, de solos, de sistemas e de processos assinalável. Numa palavra, geodiversidade. Importa, portanto, conhecer a geodiversidade da nossa região e do nosso país, pois só assim a poderemos apreciar, valorizar e gerir da melhor forma, tal como se faz com a biodiversidade. A conservação da Natureza e a gestão e ordenamento do território só são possíveis tendo em conta ambos, biodiversidade e geodiversidade.
Numa perspectiva de conservação da Natureza aplicada à componente abiótica, concretamente ao património geológico, surgiu a geoconservação, a qual visa a protecção deste património e também a promoção da utilização sustentável desta componente, alvo de diversos tipos de ameaças, sejam elas de origem natural ou de origem antrópica.
A geoconservação é uma especialidade emergente nas Ciências da Terra em Portugal, na qual os geossítios têm ganho visibilidade e protagonismo perante um público ainda pouco informado nestes domínios. São, aliás, os geossítios os grandes embaixadores nas temáticas da geodiversidade e da geoconservação, através dos quais podemos entender a evolução da Terra, os valores associados e a melhor forma de a preservar e gerir o nosso património natural.
Cabe-nos a nós, portanto, dar um contributo em prol da defesa deste património natural, balizando nossa a acção no conhecimento científico e nas boas práticas.


© João Forte


